Há mais dinheiro para a Lava Jato resgatar, diz procurador
Na última semana, a Lava Jato recuperou para os cofres públicos mais de R$ 900 milhões. O procurador da Operação Paulo Roberto Galvão explica que o valor é decorrente de parcelas de acordos passados de delação e leniência de grandes empresas flagradas em corrupção. Neste valor estão inclusas parcelas do acertado pela Braskem, Andrade Gutierrez e da pessoa física de Marcelo Odebrecht.
“Já temos garantidos R$ 10 bilhões, entre o que entrou e o que vai entrar, de dinheiro desviado”, diz Galvão.
Mas esse não é todo o valor do esquema descoberto pela Lava Jato, estima o procurador. “O dinheiro que foi desviado ainda é maior que esses R$ 10 bilhões que sabemos que vão entrar”, afirma Galvão. “Só dentro da Petrobras foram pagos por volta de R$ 6 bilhões de propina”, relata.
Apesar de se identificarem as propinas, o procurador explica que é difícil quantificar o valor de benefício ilegal obtido pelos agentes empresariais em troca da propina.
Ele estima, no entanto, que o valor de benefícios indevidos até agora apurados pela Lava Jato chegam a R$ 30 bilhões.
Fim da força-tarefa
Para Paulo Galvão, o fim da força-tarefa da Polícia Federal exclusiva para a Lava Jato prejudica as operações. “A Lava jato é um caso gigantesco com diversas ramificações”, diz o membro do Ministério Público, entendendo ser “inviável” ao policial estar à disposição do trabalho “ordinário” de uma delegacia em, ao mesmo tempo, se dispor à Lava Jato.