A engenheira de pesca Aline Buzzo da Costa conta um pouco da sua profissão e das tendências do mercado 

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Aline Buzzo da Costa, de 35 anos, nasceu na cidade de Maringá (PR), mas veio morar com os pais e irmãos em Alta Floresta, região norte de Mato Grosso, em 1984. A família adquiriu uma propriedade rural no município, onde moraram por um determinado tempo, depois pela dificuldade dos filhos estudarem, se mudaram para a cidade, mas o envolvimento com o campo continuou. Aline fez um curso técnico de piscicultura no interior de São Paulo, depois o curso de Engenharia da Pesca no Paraná. Atualmente trabalha na área da pesca em Alta Floresta.

1- Onde e quando se formou em Engenharia de Pesca e, por que escolheu este curso?

Sou formada pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste/PR) na qual obtive o título em 2008. A escolha do curso, foi devido aos 3 anos de experiência em piscicultura na Escola Técnica Orlando Quagliato, em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), motivada a continuar na área, fui orientada por profissionais a fazer Engenharia de Pesca. Na época eram poucos cursos no país, mas escolhi a Unioeste na cidade de Toledo (PR), pois lá o curso é voltado para água doce, já pensando em voltar para trabalhar em MT.

2- Que trabalhos podem ser desenvolvidos ou quais os campos de atuação da engenheira de pesca?

A formação em Engenharia de Pesca inclui ciências agrárias e qualifica, em nível superior, profissionais para a intervenção técnico-científica em aquicultura, pesca e tecnologia do pescado, bem como para pesquisa e extensão na área de biotecnologia. Atua no meio rural voltado ao manejo e à produção pesqueira, em empresas como: indústrias de processamento de pescado, em companhias hidrelétricas, em prefeituras, em empresas de dimensionamento e confecção de equipamentos de pesca e aquicultura, além de poder atuar em empresas e entidades públicas ou privadas de ensino, pesquisa ou extensão rural.

3- Como foram suas primeiras experiências depois de formada?

As primeiras experiências ocorreram ainda quando eu fazia o curso, como estagiária do Gerpel (Grupo de Pesquisas em Recursos Pesqueiros e Limnologia). Depois de formada fui contratada, prestando serviços nas usinas de Itaipu e de Tractebel. Posteriormente trabalhei em Porto Alegre (RS) para uma consultoria que prestava serviços para o Ministério da Pesca e há 7 anos estou em Alta Floresta, onde atendo prefeituras e piscicultores da região.

4- Quais são os maiores desafios de sua atuação dentro do mercado de MT, que hoje é o quarto maior produtor de peixe no Brasil? E, quais são as principais espécies produzidas no Estado?

Um dos maiores desafios é a implantação de tecnologias em locais onde as pessoas ainda pensam que criar peixe e fazer um buraco e jogar milho. No nosso Estado as espécies mais cultivadas na piscicultura e também consumidas são os peixes redondos (Tambaqui, Pacu e seus híbridos). São peixes de rápido crescimento, com hábitos alimentares diversificados, de fácil captura e com carne de boa qualidade, despertando grande interesse dos produtores.

5- Como você vê, como engenheira o fato de ser registrada e habilitada pelo CREA-MT?

A participação do engenheiro em uma entidade de classe e Conselho mostra à sociedade que o profissional estudou por vários anos e está apto para atender as demandas existentes. Contratar um profissional é, portanto, necessário para ter um bom projeto e para executá-lo com qualidade e economia, prevendo problemas futuros que ocorrem quando o projeto não é feito por um profissional.

6- A partir de sua experiência e conhecimentos adquiridos, que conselhos você daria aos profissionais que estão entrando no mercado de trabalho?

Não é uma atividade fácil, precisa de muita dedicação, todos dos dias você apreende uma lição nova. Para quem pretende trabalhar direto no campo, o dia a dia da piscicultura é puxado, não tem final de semana. É uma atividade que depende de você todos os dias, os parâmetros técnicos são o sucesso do seu cultivo. A Engenharia de Pesca é um curso com muitas linhas de trabalho, a cada dia surgem novos produtores, novos frigoríficos, a tendência de mercado é só aumentar a produção pesqueira do país. Eu amo o que faço, faria tudo de novo para chegar onde estou hoje.

Fonte: CREA-MT

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