CGU e PF investigam fraudes em operações do Banco do Nordeste
Nesta sexta-feira (22), o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), em conjunto com a Polícia Federal, deflagra a Operação Caixa 3. A ação apura indícios de gestão fraudulenta em operações de crédito firmadas entre o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Grupo Petrópolis. O objetivo é a obtenção de provas sobre a ocorrência de má-fé e dolo, por parte de empregados do BNB, na concessão e acompanhamento dos financiamentos investigados.
Os fatos investigados foram apurados inicialmente em auditoria da CGU no BNB, que teve por escopo a análise das operações de crédito para a construção de duas fábricas de bebida (na Bahia e em Pernambuco). Os contratos, em questão, compreendem o montante de, aproximadamente, R$ 827 milhões. O possível prejuízo ainda não foi apurado.
A auditoria da CGU apontou irregularidades na avaliação, concessão e acompanhamento das operações de crédito do BNB sob exame, financiadas com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Dentre as constatações, está a substituição da garantia fiança bancária (avaliada com rating AA) por hipoteca de parque industrial (avaliada com rating B) autorizada pela direção e posteriormente aprovada pelo Conselho de Administração do banco após parecer técnico favorável – em desacordo com os normativos internos e de complicance da estatal.
A investigação também apura a ocorrência de desvio dos recursos obtidos pelo grupo empresarial para pagamento de despesas de campanhas eleitorais. A Operação Caixa 3 conta com a participação de cerca de 72 policiais federais e 10 auditores da CGU. Estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nos Estados do Ceará, do Rio de Janeiro, da Bahia, de Pernambuco e de São Paulo.