Operação do MP apura desvios de dinheiro da saúde e apreende R$ 1,2 milhão e carros de luxo em Campinas
O Ministério Público (MP) e a Polícia Militar cumpriram, na manhã desta quinta-feira (30), 33 mandados de busca e apreensão e seis de prisãoem sete municípios do estado de São Paulo. A investigação apura desvio de recursos públicos da área da saúde. Segundo o promotor José Cláudio Baglio, há indícios de outros estados envolvidos na organização criminosa e milhões de reais desviados.
A Polícia Militar chegou a informar que haveria uma sétima pessoa presa na operação, mas a informação não foi confirmada até o momento.
Ministério Público (MP) e a Polícia Militar cumpriram, na manhã desta quinta-feira (30), 33 mandados de busca e apreensão e seis de prisão em sete municípios do estado de São Paulo. A investigação apura desvio de recursos públicos da área da saúde. Segundo o promotor José Cláudio Baglio, há indícios de outros estados envolvidos na organização criminosa e milhões de reais desviados.
A Polícia Militar chegou a informar que haveria uma sétima pessoa presa na operação, mas a informação não foi confirmada até o momento.
Em São Paulo, no bairro Pompeia, dois homens foram presos e levado para Campinas por policiais da Rota (Rondas Ostensivas de Tobias e Aguiar) da capital paulista. Segundo a corporação, um deles foi identificado como Daniel Augusto Gonzales Câmara e tem envolvimento com licitações. Ele foi detido na própria casa, sem resistir à prisão.
O outro preso na capital é Paulo Câmara. Cinco carros apreendidos com placas da capital foram encaminhados para a sede do Ministério Público.
Em Bariri (SP), na região de Bauru, uma mulher foi detida e documentos apreendidos na Santa Casa, onde funciona a matriz da Vitale. A suspeita foi identificada como Aparecida Bertoncelo. De acordo com informações da Secretaria de Saúde da cidade, o município repassa R$ 316 mil mensais para organização, que recebe também verba federal de R$ 216 mil. O G1 procurou a Vitale na cidade, mas a organização não se pronunciou.
Em Mogi das Cruzes (SP), os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriram mandados de busca e apreensão. A ação ocorreu no condomínio onde mora o secretário municipal de saúde e também na Secretaria de Saúde.
Também estão sendo alvos da Operação Ouro Verde as cidades de Santa Branca, Ubatuba e Várzea Paulista. A polícia e o MP ainda não informaram de onde são os demais presos. Todos os detidos estão sendo encaminhados para a 2ª Delegacia Seccional de Campinas, no Jardim Londres.
Mandados em Campinas
Segundo o tenente-coronel da Polícia Militar Marci Elber, mandados de busca, apreensão e prisão foram cumpridos em três casas no condomínio Alphaville.
Os carros foram aprendidos na casa de Fernando Vitor Torres Nogueira Franco, que foi preso sem apresentar resistência. Ele era ligado à Vitale, que administra o Hospital Ouro Verde. Documentos que estavam com ele também foram levados pelos policiais.
Já o dinheiro foi apreendido na casa de um funcionário de carreira da Prefeitura. Anésio Corat Júnior trabalha como diretor da Secretaria de Saúde do município. A residência de um terceiro investigado, no bairro Botafogo, na Rua Elisiário Prado, também foi alvo da operação.
Também no Alphaville a casa do médico Gustavo Khattar Godoy foi alvo da operação. No bairro Bonfim, os policiais também cumpriram mandado na residência de Ramon Luciano Silva. Todo o material apreendido na operação foi levado para a sede do MP.
O advogado de Franco, Haroldo Cardella, afirmou que ele é médico e exercia a função de diretor técnico na Vitale, para atuar no Hospital Ouro Verde. De acordo com o defensor, ele não é mais funcionário da OS.
“Vamos apurar os motivos que levaram a esse medida extrema da prisão preventiva. Não existe nenhum indício de que ele praticou ato ilícito”, disse.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, apurou-se que um grupo ligado à Vitale utiliza essa entidade para obter indevida vantagem patrimonial. Ainda segundo o Gaeco, a vantagem é obtida pelo desvio sistemático de recursos públicos da área de saúde. A Vitale é uma organização sem fins lucrativos. A operação ganhou o nome de Ouro Verde.
Alvos em Campinas
De acordo com os promotores, um dos alvos é a Vitale. O hospital passa por uma grave crise de gestão, com atraso no pagamento dos salários e direitos trabalhistas dos funcionários, além de falta de insumos básicos, como gazes e seringas.
Os mandados foram cumpridos em casas de investigados, na sede da Vitale dentro do hospital e na Prefeitura, onde o foco são os contratos.
Por nota, a Prefeitura de Campinas, informou que “está colaborando com as investigações do Ministério Público referente à Vitale e que tomará todas as providências ao seu alcance para que o caso seja elucidado o mais rapidamente possível”
A administração municipal disse, ainda, que nos últimos cinco anos, “vem prezando pela probidade com os recursos públicos e, se ficar constatado o envolvimento de algum agente público com qualquer ilegalidade, ele será exemplarmente punido”. Mais informações sobre esse caso serão passadas às 16h em uma entrevista coletiva.
Os funcionários do hospital tiveram o acesso bloqueado durante as buscas na unidade. Segundo a reportagem da EPTV, que está no hospital, os atendimentos não foram interrompidos. Até a publicação, a Polícia Militar continuava no interior do prédio.
Câmara Municipal
Quatro vereadores da Câmara Municipal de Campinas protocolaram um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os supostos desvios de verbas públicas no Hospital Ouro Verde. Para que a CPI seja instalada são necessárias 11 assinaturas. Já assinaram Pedro Tourinho (PT), Carlão do PT, Gustavo Petta (PC do B) e Marcelo Silva (PSD).
Fonte: G1