Presidente do TRE-MT diz que empresários “compram” candidatos com doações: “É uma hipocrisia”

access_time 7 anos atrás

Há oito meses das eleições, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), Márcio Vidal, teceu duras críticas ao sistema eleitoral brasileiro. O desembargador ainda chamou de “hipocrisia” o financiamento privado de eleições: “política não tem doação, tem investimento”.

evendo ocorrido no dia 19 de dezembro marcou também o lançamento do projeto “Sala de Imprensa”, do TRE-MT, que visa estreitar os laços entre a Justiça Eleitoral e suas novidades e os veículos de comunicação do Estado.

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“Em política não tem doação, tem investimento”, disparou Marcio Vidal. “Porque as pessoas gastam milhões e milhões? Porque é uma hipocrisia! Isso vem há anos e não se enfrenta!”, afirmou em reunião realizada com a imprensa.

As afirmações foram feitas no ápice de um debate sobre alterações que deveriam ser feitas para impedir o “Caixa 2”. Para Vidal, o financiamento privado de campanha é algo de que deveria ser mudado.

“Não consigo entender, como alguém que se predispõe a ser candidato precisa gastar milhões e milhões para ganhar esse ‘salário’, esse subsídio que ele ganha. Não consigo entender! Dizem: ‘não, mas o bom empresário vai doar’. Empresário? Empresário não vai doar um centavo se não tiver a certeza de que vai recuperar esse centavo”.

Empresários “comprando” candidatos

Conclui: “Infelizmente nas eleições pretéritas a maior parte dos candidatos eleitos foram comprados, literalmente comprados. Ele (empresariado) compra (candidato) e obviamente quer recuperar o dinheiro, pois não existe capitalismo algum que sobreviva a você só tirar e não entrar nada (em caixa), uma hora ele vai à lona. O que se percebe, com raríssimas exceções, é que aquelas pessoas que tentam persuadir (o eleitoral) com idéias e projetos em prol da sociedade, a maioria acaba se comprando, comprando mandato”.

Por fim, Vidal lamenta: “A população não tem consciência de que o poder é dela, não é de quem estiver no cargo. É da massa e enquanto ela não entender isso, pessoas que falam bem ou que tem uma fisionomia de galã ou atriz, que consiga se produzir, por uma maquiagem, consegue ocupar o cargo público. Aí sabemos o desastre que é”.

Fonte:Olhar Direto

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