A Engenheira de Minas, Karolina Lima Vilela, fala sobre a profissão e o mercado de trabalho

access_time 7 anos atrás

Karolina Lima Vilela, de 24 anos, nasceu e cresceu em uma cidadezinha bucólica de Minas Gerais – Coqueiral. Aos 17 anos foi morar em Poços de Caldas para cursar Engenharia de Minas e sempre foi muito determinada e objetiva, sem medo de arriscar e enfrentar o mundo. Foram estas características que a trouxeram para Mato Grosso, atrás de uma oportunidade de trabalho no município de Poconé (104 km de Cuiabá).

1- Onde e quando se formou e, por que escolheu o curso de Engenharia de Minas?

Cursei Engenharia de Minas na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL), em Minas Gerais, sendo o campus de engenharia localizado em Poços de Caldas. Descobri o curso de Engenharia de Minas aos 14 anos, quando a minha irmã mais velha estava pesquisando qual curso seguir e fiquei intrigada com esta área. Ao pesquisar sobre o curso, me apaixonei pela área da mineração e ao ingressar no curso, começando a ter contato com a área, tive certeza que estava no caminho certo.

2-Conte-nos um pouco de sua trajetória profissional como Engenheira de Minas?

Iniciei minha trajetória com um estágio em uma empresa de grande porte do setor de mineração, no projeto Minas-Rio, de extração de minério de ferro, na cidade de Conceição do Mato Dentro (MG). O estágio teve duração de mais de 1 ano e passei por várias áreas da empresa: planejamento de mina de longo e curto prazo, operação de mina e suas subáreas como perfuração e desmonte, infraestrutura de minas. Era responsável por confeccionar e auxiliar em trabalhos de melhoria da performance dos equipamentos, bem como dos planos de ação para melhorias de produtividade, projetos para uma melhor performance da britagem, auxiliar no controle de estoque do paiol de explosivos, desenvolvendo mapas para o Exército, entre outras atividades. Atualmente sou a única Engenheira de Minas em uma cooperativa de desenvolvimento mineral em Poconé, que atua no processo de extração de ouro. Sou responsável pela confecção de projetos direcionados ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) como os Relatórios Anuais de Lavra (RAL), planos de lavra, guia de utilização, auxilio no acompanhamento do cumprimento das condicionantes ambientais; os controles ambientais da jazida e requerimento dos direitos minerários dos processos garimpeiros. Também monitoro as barragens de rejeitos, auxilio nos levantamentos topográficos das mesmas e realizo estudos de estabilidade, além do cadastramento e acompanhamento no Sistema Integrado de Gestão de Barragens de Mineração -SIGBM.

3- Explique sobre sua área de atuação.

Atuo no setor mineral ligado a extração de ouro, sob o regime de permissão de lavra garimpeira (PLG), que é regulamentado pelo DNPM, além de atender a área ambiental voltada ao processo de licenciamento da SEMA/MT. A região de Poconé, onde trabalho, produz aproximadamente 2 toneladas de ouro por ano, o que representa atualmente um valor importante para o PIB do município. O dia a dia de um engenheiro de minas vai depender da sua área de atuação. No meu caso, que atualmente lido com mineração de ouro sob regime de PLG’s, tenho a oportunidade de trabalhar em todos os processos desde a extração, passando pelo beneficiamento do minério, até a produção final do ouro. Desta forma, trabalho tanto em escritório confeccionando projetos e relatórios técnicos, quanto em campo fazendo o acompanhamento das operações.

4- O que fazer para conseguir se destacar neste mercado?

O engenheiro de minas teve um reconhecimento pelo Ministério de Minas e Energia no que se refere às atribuições especificas da sua formação técnico-científica e naturalmente, um ganho amparado pela legislação. Uma das coisas imprescindíveis para qualquer engenheiro é o inglês. Além disso, o domínio dos conceitos e atividades importantes em campo fazem um diferencial na utilização dos softwares de mineração. Outro ponto importante é um bom relacionamento multi e interdisciplinar na realização dos trabalhos.

5-Quais as oportunidades no mercado de trabalho e os maiores desafios enfrentados em Mato Grosso?

Eu acho que em Mato Grosso ainda tem muito espaço para atuação de um engenheiro de minas. O maior problema é a conscientização da necessidade de atuar de forma interativa entre profissionais das Ciências da Terra.

6- A partir de sua experiência que conselhos você daria para os estudantes que decidiram fazer Engenharia de Minas e aos profissionais que estão entrando no mercado de trabalho?

Destacando o fato da mineração apresentar rigidez locacional, isto é, o minério tem ocorrência geográfica pontual, o engenheiro de minas precisa ir para onde ele se faz necessário; além disto, deve ser persistente, dedicado, dinâmico e não ter medo de sair da sua zona de conforto.

Fonte: CREA-MT

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