Corrupção em pauta: Audiência Pública da Cidadania lota Teatro do Liceu Cuiabano
Os mecanismos sociais para garantir eleições limpas, assim como os impactos da corrupção, foram os principais assuntos da Audiência Pública da Cidadania realizada nesta terça-feira (11.09) pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). O evento foi realizado no Colégio Liceu Cuiabano com a participação de aproximadamente 350 jovens de 14 a 18 anos.
“No meu bairro sempre houve compra de voto. Todos os dias vejo café da manhã oferecido por candidatos e inclusive batem palmas na nossa casa pedindo pra colar cartazes. A pergunta é direta, quanto você quer para colocar o nosso cartaz? Mas tem que votar também”. A afirmação foi feita por uma estudante de 14 anos da Escola Estadual Alcebíades Calháo.
Para o trio da mesma escola, Lawanny Loise, Mirela Michele e Linda Christelly, é a corrupção que dificulta tudo no dia a dia. “Tentam nos enganar. Porém acho que as pessoas estão mais espertas. Trocaram nossos ônibus agora, são novos, mas depois da eleição voltam os mesmos ônibus ruins. Acredito que meus vizinhos e amigos estão olhando melhor para os políticos”.
Em sua apresentação, o desembargador presidente do TRE, Márcio Vidal, expôs que a corrupção existe há seis mil anos, quando foram encontrados escritos no Egito elencando o problema. “Mesmo sendo um mal histórico da humanidade, não podemos achar normal, sermos indiferentes ou omissos à corrupção. Existem países que superaram a corrupção e por isso são fortes, com qualidade de vida para sua população. No caminhar do Brasil, demos as costas para este assunto, e isso tem que mudar. Temos que participar da vida em sociedade e com isso combater a corrupção”.
O desembargador pediu que cada jovem presente transmita a mensagem da Justiça Eleitoral na sua escola, no seu bairro e família. “A pessoa pode dizer que não gosta de política, mas ela tem que ter a clareza de que o político que for eleito vai comandar os rumos da nossa sociedade e consequentemente da sua vida. Se ela não participa, outros participam e escolhem por ela”.
Para as alunas da Escola Dunga Rodrigues, Joselayne Souza (18 anos), e Andressa Sueli (17 anos), o dinheiro da corrupção faz muita falta. “Vemos um grande exemplo de corrupção cortando Cuiabá e Várzea Grande. O VLT é uma piada. Os serviços públicos são muito ruins, nós sabemos disso, e querem nos enganar que melhoraram ou que vão melhorar num passe de mágica. Queremos mais hospitais, escolas melhores, cultura, e tem dinheiro para isso”.
Tecnologia
O uso de tecnologia tem sido uma ferramenta na busca por eleições limpas. O coordenador de Controle Interno e Auditoria do TRE-MT, Daniel Taurines, apresentou aplicativos da Justiça Eleitoral que devem ser baixados em todos os smartphones. “Nunca sabemos quando podemos nos deparar com uma situação ilegal neste pleito, por isso devemos ter instalado em nossos celulares os aplicativos. Isso permite rapidamente encaminhar denúncias para o TRE e contribuir com a democracia”. Ele destacou os aplicativos Pardal e Caixa 1.
Outro espaço importante de denúncia foi citado pela procuradora regional Eleitoral, Cristina Nascimento de Melo. Ela falou da Sala de Atendimento ao Cidadão do Ministério Público Federal, um espaço onde a pessoa não precisa se identificar ao relatar o crime eleitoral que presenciou. “Precisamos mudar o nosso olhar e a nossa atitude. Existem meios de combater efetivamente a corrupção, mas precisam ser utilizados pela sociedade.
Na opinião da estudante do Liceu Cuiabano, Joyce Godoy (18 anos), a audiência pública foi muito positiva para alertar as pessoas sobre as eleições. “Nem todos param e refletem sobre a importância de se escolher um político, de ir a fundo no conhecimento sobre suas propostas e se efetivamente elas são possíveis de serem realizadas e defendidas pela pessoa. Ações como essa tem que ser realizadas em mais locais”.
A Secretaria de Estado de Educação e a Associação Mato-grossense de Transportes Urbanos garantiram o transporte dos alunos que participaram da audiência pública. O evento contou com a presença da reitora da UFMT, Mirian Serra, do presidente da Associação Mato-grossense de Magistrados, José Arimatea, do desembargador corregedor eleitoral, Pedro Sakamoto, e representantes da Rede de Controle da Gestão Pública de Mato Grosso.
Matéria: Daniel Dino
Assessoria TRE-MT
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