Crea-MT homenageia engenheiro Mário da Silva Saul
Na madrugada desse domingo (08/04), coincidentemente, aniversário de Cuiabá, a engenharia mato-grossense perdeu o engenheiro civil e sanitarista Mário da Silva Saul. Formado pela Escola de Engenharia do Pará, em 1952, e pela Universidade de São Paulo, em 1957, foi o primeiro presidente deste regional instituído em 7 de dezembro de 1966, pela Resolução 158.
Lúcido e carismático, Saul já foi condecorado com Medalha do Mérito pelo Confea em 2006 e recebeu diversas outras homenagens do Crea-MT e da Câmara Nacional de Engenharia Civil. No ano de 2015 ganhou um pequeno livro intitulado Pérolas do Saul (clique aqui para dowload) e em 2016, concedeu sua última entrevista relembrando como foi o ano de 1967, de atuação do Crea no Estado de Mato Grosso quando este completou 50 anos. Confira abaixo a entrevista na íntegra.
O senhor se lembra de como foi a cerimônia de instalação e posse dos conselheiros?
Saul – Sim. Foi realizada no Palácio do Governo com a presença do presidente do Confea, o deputado federal engenheiro Alberto Franco Ferreira da Costa, o presidente do Conselho da 6ª Região, engenheiro José Epitácio Passos Guimarães, o governador do Estado Pedro Pedrossian e outras autoridades que prestigiaram não só a minha posse, mas também dos primeiros conselheiros.
Quais as dificuldades enfrentadas no primeiro ano de instalação?
Saul – A classe de engenheiros de Mato Grosso praticamente vivia como bem entendia naquela época, assim sendo, o Crea não foi recebido com muita simpatia. Entretanto, tão logo começaram as restrições impostas aos leigos e falsos técnicos, os profissionais sentiram o valor do Conselho e passaram a prestigiá-lo. Outro problema era a criação das delegacias, que hoje conhecemos por inspetorias. Precisávamos instalar em Campo Grande, Dourados e toda aquela região, pois Mato Grosso ainda não era dividido. E ainda somávamos as distâncias da delegacia de Rondônia, em Porto Velho.
O senhor pode nos relatar alguma curiosidade da época?
Saul – Inicialmente o Crea tinha apenas um servidor que fazia um pouco de tudo, inclusive fiscalizava. Chamava-se Gilson Zaviasky, e desdobrava-se sendo contador para fazer o seu trabalho, o trabalho administrativo e ainda fiscalizar. Também lembro que a Criação do nosso Conselho coincidiu com a publicação da Lei 5.194, fato que nos embaraçou, pois, além da nossa falta de experiência, havia poucas resoluções regulamentadas em lei.